Seguidores

quinta-feira, 13 de março de 2014

A casinha triste do barranco

Uma casinha no barranco
Atrás dela um quintal amplo
Nele só tinha terra, um espanto!
Por causa disto dona Irma habitava no pranto

Só ficava lá dentro e já fazia muito tempo!
Olhava pela única janela da casa que ostentava um barranco
Abandonou às costas da moradia; 
não olhava e nem se arrependia
A janela exibia um horizonte de tristeza, 
por isto, preferia viver presa!

Então, Dona Irma padeceu num estado de depressão
Comia o que os outros lhe davam; alguns tinham compaixão
Os vizinhos perguntavam o que havia no quintal esquecido
Ela não respondia e nem ia ver o que poderia ter acontecido

Anos se passaram e dona Irma continuava no mesmo dilema
Não queria mais viver; achava que a vida era um problema
Nunca olhava atrás da casa; pois sabia que ali só havia terra
Uma posição negativa de quem pega a própria vida e enterra!

A tristeza acabou levando dona Irma para sempre
Depois do enterro os vizinhos foram avaliar e ver o que fazer
A tal casa triste do barranco 
que só tinha uma janela na frente...
Uma moradia velha, abandonada; que alguém jamais queria ter

Então foram matar a curiosidade e ver o que existia no quintal
Lá havia arvores com frutas 

e flores que seduziam qualquer mortal
A casa velha tinha um jardim que passou a ser alvo da ambição
Ignoraram a Dona Irma; todos desejavam aquela plantação!

Dona Irma perdeu a chance de refletir 
sobre o que havia esquecido
Todo mundo tem um tesouro na vida; mas o deixa adormecido
Quando o céu está nublado, 
no chão pode haver um jardim encantado
Quando existem flores mortas na trilha, 
no céu há uma estrela que brilha


Flores nascem e não avisam; arvores frutificam a toda hora
A natureza se encarrega de consertar tudo e não demora
Um terreno de terra seca parece não ter nenhum futuro
Mas não desdenhem as sementes esquecidas no escuro!

Estão ali quietinhas almejando pela chuva da esperança
Numa manhã chuvosa a natureza generosa entrega a herança
E naquele terreno desprezado surgem desenhos coloridos
Mostrando para todos que nunca deveria ter sido esquecido...

Janete Sales Dany
Licença Creative Commons
O trabalho A casinha triste do barranco de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.


O nome do personagem escolhido para esta poesia é fictício,
qualquer fato que tenha acontecido com alguém 
e que seja parecido com o desenrolar do que foi escrito 
é mera coincidência!

Nenhum comentário:

Postar um comentário