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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Um poeta jamais se vê imobilizado pelas algemas da restrição


Não há lei que possa inibir um espírito sonhador em revolução
Um poeta jamais se vê imobilizado pelas algemas da restrição
Não reprime o rumor do mundo que por dentro dele clama
É vela que queima aos poucos; uma parafina que derrama!

Tanto estro que a impressão é de que a alma tomou um porre
Veste-se duma tristeza profunda; encobre o céu azul e morre...
Faz cidades belas serem inundadas por lágrimas por ele criadas
Mesmo só, beija várias bocas; muitas musas serão imaginadas!

Em dia de temporal se revolta e desenha um arco-íris encantado...
Rejeita os trovões e entoa o canto dos pássaros; é o dono do elevado!
Ele sabe que não é nada disto, porém poeta sem entrave é mal visto!
Trovador que muitos chamam de louco, de tudo quer ser um pouco...

Poesia infrene. Ele quer ser um mendigo e ser dono de uma mansão!
Sequestra o boato dos mentirosos e diz invencionices sem inibição...
Revela a vida com exatidão; criador de rimas para a mais bela canção!
Para ensinar o bem é preciso mostrar o mal, e assim muda de visual!

Letras loucas serão deixadas num papel; sangue escorrendo do céu...
Encontro e desencontros nunca vividos; porém por ele tão sentidos...
O medo da escuridão; soltou nas linhas escritas o espectro do porão...
Gritos no cair da noite e o medo de morrer; o mal jamais irá vencer!

Vultos esquisitos atordoam a mente; a crueldade conduz uma semente...
Na fantasia vários monstros de duas cabeças arrastam as correntes
Mas um poeta sabe exterminar uma inspiração depois que a utiliza...
Mostra o mal para que o mundo fique em alerta, e inverte para a brisa!

O sol voltou para a página do livro; o fantasma se perdeu no infinito!
As nuvens brancas esconderam o medo e o alvorecer se fez mais cedo
Um olho o espiona e ele escreve a respeito deste olhar tão curioso...
Louca poesia de êxtase! Está criando um ser exuberante e maravilhoso!

Há um lugar em que o poeta nunca irá? Até água do deserto ele extrairá...
Quando ele quer alcança o renascimento de um grande amor que já morreu...
Nesta hora eu tenho dó do poeta pelas linhas sonhadoras que escreveu...
Pode até sonhar com esta ilusão, é muito triste, a verdade ferirá o coração!

Janete Sales Dany
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