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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Exemplo de métrica - Soneto Alexandrino - A VOZ


A VOZ SONETO ALEXANDRINO CORRIGIDO

Tem algo estranho em mim - a voz do desalento...
Corrompe o meu sentido e a todo instante insiste.
Ela alcança o meu sol, fulmina e é só tormento!
Ás vezes esbraveja e, assim, eu vago triste.

Um dano sempre vem, invade o pensamento.
Nem ouso reclamar e bem sei que persiste.
Tem hora que me engana, o olhar de acolhimento.
 Faz questão de se impor, enlaça e não desiste...


A estranha está lá dentro e vive seduzindo.
Diz coisa sem razão, senhora da quimera!
Brinca na minha mente - um eco reluzindo.

Voz que anoitece a vida ( o sol brilha lá fora).
E assim vou padecendo, aturando uma fera...
Esta, que só me prende e está falando agora!
Janete Sales Dany
Poema @ registrado e imortalizado
na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
No Livro Soneto Amor Eterno e Outras


Licença Creative Commons
O trabalho A voz Soneto Alexandrino Corrigido de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Exemplo de Soneto Alexandrino
Sílabas tônicas que são obrigatórias na 6ª e 12ª sílabas

14 versos, 4 estrofes
Algumas vogais se unem e são separadas 
de forma diferente da contagem silábica gramatical

Neste soneto um exemplo vou dar
separação de sílaba poética "escansão" :
Brinca na minha mente, um eco reluzindo!
Brin/ca/ na/ min/ha/ men/te, um/ e/co/ re/lu/zin/do!
Dois hemistíquios cada um com 6 sílabas
Brinca na minha mente, 
um eco reluzindo
Brinca na minha men"te , um" eco reluzindo!
Neste verso a elisão foi feita com a vogal "TE e Um "


Soneto Alexandrino Palavras relacionadas
Hemistíquio
uma das partes de cada verso 
quando dividido pela cesura
Vamos ao exemplo:
Brinca na minha mente, 
Primeiro hemistíquio:
Brinca na minha mente
Segundo hemistíquio:
um eco reluzindo!

Elisão: quando um verso termina com uma vogal
ÁTONA ou começa com H, se faz a elisão.
Neste exemplo:
A elisão dos dois hemistíquios
se uniu por vogais
Brinca na minha mente, um eco reluzindo!
men/te um/***mentE, Um

Quando o primeiro hemistíquio
terminar com uma palavra oxítona 
A próxima palavra pode se iniciar
com qualquer letra, exemplo:
Diz coisa sem razão, 
Primeiro Hemistíquio 
senhora da quimera!
Segundo Hemistíquio
Diz coisa sem razão, senhora da quimera!


Chega um tempo que você passa
a ser além de você mesmo...
porque as circunstâncias obrigam...
você gostaria de continuar ser quem era.
Mas o mundo não perdoa,
e nascem de você...Outros VOCÊS!
Janete Sales Dany




Minha voz vai dizer coisas que você
queria sentir... Mas só vai ouvir!
Janete Sales Dany









4 comentários:

  1. Caríssima Dany, se assim permite; aprecio muito a poesia do século XVIII, que no meu entendimento foi o século de aperfeiçoamento através dos grandes mestres que nos, os amantes da verdadeira poesia principalmente o Alexandrino italiano, conhecemos.No auto já dos meus 80 anos após me aposentar começei a rabiscar alguns poemas, inclusivel o alexandrino. Apreciando o seu "A VOZ" (de excelente técnica) e após seu comentário sobre a determinação de usar-se palavras paroxítonas nas terminações de todos os versos, veio de encontro com a dúvida que guardo desde quando li "O Tratado da Versificação" No mesmo (tratado), no item: DE DOZE SYLLABAS OU ALEXANDRINO diz - Primeira regra. " Quando a ultima palavra do primeiro verso de seis syllabas é grave (paroxítona) a primeira palavra do segundo verso deve começar por uma vogal ou por um (h). Segunda regra. a última palavra do primeiro verso nunca pode ser esdrúxula (proparoxitona). Claro está que, quando a última palavra do primeiro verso é aguda, a primeira do segundo pode indiferentemente começar por qualquer letra ,vogal ou consoante." Pronto, e agora?Deve-se evitar ou é proibido?... Se poderes me ajudar fico-lhe muito grato. Um afetuoso abraço. Iran Lobato de Andrade.

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    1. Boa noite querido amigo Iran Lobato, que ótimo que aprecie sonetos, também sempre fico muito encantada e falar sobre eles é muito válido, pois mais aprendo... Ainda tenho algumas dúvidas, nem sempre acho que aprendi tudo, assim posso estar corrigindo algo que esteja fora das regras. Sim, confirmo: No alexandrino quando o primeiro hemistíquio de cada verso terminar em paroxítona pode haver elisão como o segundo hemistíquio tanto por uma palavra que comece com uma vogal ou por um por h. E o primeiro hemistíquio jamais pode terminar com uma proparoxítona. Verdade!

      Se a última palavra do primeiro hemistíquio for aguda, veja estes dois exemplos de Bilac:
      (“Heróis rojando ao chão,” “troféus ardendo em pira,”) Neste exemplo o segundo hemistíquio começou com uma consoante.
      (“Fez, aos beijos do sol,” “o ouro brotar do trigo”;) Neste outro começou com uma vogal.

      Tento esclarecer sempre minhas dúvidas nos sonetos de Bilac. E são muitas caro amigo!!! rs Sempre aprendendo...adoro!


      Espero que minha singela explicação possa ajudar! E fique a vontade, qualquer dúvida ou alguma crítica sempre serão bem-vindas.
      Uma noite de paz e uma semana abençoada!
      Volte sempre Abraços

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  2. Estou encantada ao ler-te e por explicar claramente aos que amam o Soneto, poesia etc.
    Um beijo de luz.

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    1. Gratidão pela presença e estímulo, boa tarde, Deus te abençoe grandemente! Abraços poéticos.

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