O sol cominador vem castigar Sinto o suor que cai pelo meu rosto Triste, pois se mistura num pesar... A lágrima que escorre do desgosto!
Faz tempo que não chove, estou sem ar! Chão trincado, martírio bem exposto... Pedi ao céu, por favor, num suplicar! Perdi a noção do tempo, fardo imposto
A energia da manhã mostra a nudez Esguia na liberdade de viver O dia renasce e só vejo o talvez Um lindo sonho pode acontecer
No inicio todo mundo tem a vez No portal, bela aurora a te querer! Trouxe o começo com forte altivez Olhe para ela e então poderá ver Oscule este relevo que te abraça Beleza sem igual, o dia de graça! Repleta de fulgor, pisa na flor!
Vivencie toda brisa da manhã E mais tarde o arrebol, cor de romã! Agora, meio despida, mostra o amor!
Janete Sales Dany
22/01/2015
Poesia@Direitos autorais protegidos por lei Registrada e imortalizada na Biblioteca Nacional do Rio de janeiro no livro: Vilarejo do preconceito e outras página:15 Registro: 671941
Eu queria ter uma janela... Que desse visão para um horizonte bonito. Então por ela, tiraria uma fotografia! E nesta estampa, a tua imagem, eu colaria... E assim, numa linda paisagem você estaria. Porém a minha janela tem um além tão triste... Galhos secos encobrem o que existe! Possui barras largas de ferro, parece uma prisão... Como colar o teu desenho nesta desilusão? A minha janela está vedada por um arranha-céu. De noite, eu nem vejo as estrelas no céu...
Derrama de mansinho o triste manto Leva o novo sem dó, sem avisar! A vinda inesperada traz espanto A rosa no caixão há de secar! É saudade demais e não tem fim Fotos coloridas de lembranças Alguém segura à flor, fim do jardim... A dor vai entrando, fina, como lança!
Eu confrontei a penúria corpulenta! Contratempos na frente do querer Na fé encarei a borrasca turbulenta Mirei o irisar no céu do meu viver Sei, Santa Sara kali nunca ausenta! Mereci raios de sol no amanhecer Protegi a minha vida da tormenta
Triste, um dia, a água pode secar... Haverá muitos motivos para chorar! O rio que esbanjava transparência... Agora está turvo e pede por clemência!
Muitas crianças ali iam brincar... Hoje, nem sequer podem entrar! O peixe morreu; havia vida colorida... A água abençoada foi vencida!
Flutuam sobre ela os nossos lixos Dizimaram o que Deus fez com capricho. O esgoto invadiu a água de beber... O ser humano fez a vida morrer
A sede está matando algumas crianças Atitudes absurdas assolam as esperanças Tanto desperdício acontece a toda hora Um dia choraremos ao lembrar de outrora