sábado, 25 de julho de 2015

Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar...




Chove lá fora, e quem passeia está se molhando
Melhor assim, ninguém vê que estou chorando
A ventania inclina o guarda chuva impotente
Queria que arrancasse o pesar da minha mente

O mar revolto tem a ambição de inundar a calçada
O meu clamor se emaranha com o da trovoada
A chuva está desabando e parece não ter fim.
Lacrimejo, mas finjo que foi ela que caiu em mim...

Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar...
Danço debaixo dele como quem vai se lavar
Choramos, eu e a natureza, e vamos nos fundir...
Quem sabe lá de cima um anjo possa me acudir!

Chuva abençoada lave a minha aflição!
Assola o que é ruim e inunda o meu coração
Passeie sobre esta terra que te espera
Acaricie as flores da minha primavera!

A nuvem escura no alto ainda persiste
Nem se importa que eu esteja tão triste
A natureza chora e estronda sem medo
Eu choramingo baixinho, e é um segredo...

Um arco-íris virá depois do temporal
Logo será visível o meu estado emocional
Sem a chuva não poderei disfarçar a agonia
Direi então que a culpa foi desta poesia...

Que criei estes versos fitando uma bela pintura...
Nela a tempestade caia e a tarde estava escura
Que nesta hora fiquei triste e a lágrima escorreu...
E na verdade, o pranto é do poema, não é meu!

Janete Sales Dany
Poema@protegido por lei
Licença Creative Commons
O trabalho Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar... de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Prêmio que recebi da Amada Peapaz:
Antologia Imagem e literatura  57 
The rain/ Trough and rain
A Chuva

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