Chove lá fora, e quem passeia está se
molhando
Melhor assim, ninguém vê que estou
chorando
A ventania inclina o guarda chuva
impotente
Queria que arrancasse o pesar da minha
mente
O mar revolto tem a ambição de inundar a
calçada
O meu clamor se emaranha com o da trovoada
A chuva está desabando e parece não ter
fim.
Lacrimejo, mas finjo que foi ela que caiu
em mim...
Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar...
Danço debaixo dele como quem vai se lavar
Choramos, eu e a natureza, e vamos nos
fundir...
Quem sabe lá de cima um anjo possa me acudir!
Chuva abençoada lave a minha aflição!
Assola o que é ruim e inunda o meu coração
Passeie sobre esta terra que te espera
Acaricie as flores da minha primavera!
A nuvem escura no alto ainda persiste
Nem se importa que eu esteja tão triste
A natureza chora e estronda sem medo
Eu choramingo baixinho, e é um segredo...
Um arco-íris virá depois do temporal
Logo será visível o meu estado emocional
Sem a chuva não poderei disfarçar a agonia
Direi então que a culpa foi desta
poesia...
Que criei estes versos fitando uma bela
pintura...
Nela a tempestade caia e a tarde estava
escura
Que nesta hora fiquei triste e a lágrima
escorreu...
E na verdade, o pranto é do poema, não é
meu!
Janete Sales Dany
Poema@protegido por lei
O trabalho Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar... de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Prêmio que recebi da Amada Peapaz:
Antologia Imagem e literatura 57
The rain/ Trough and rain
A Chuva
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