"Foge-me a vida no correr do pranto"
que me atordoa, quando a noite aflora,
e a escuridão me cobre feito um manto
tecendo aquelas sensações de outrora...
Foge-me o riso, ao ver que o meu recanto
perdeu eternamente a luz da aurora,
há a escassez de todo aquele encanto,
e essa infinita ausência me devora!
Escuto aquela voz por onde sigo,
aquele afago ainda está comigo,
não cessa e a todo instante me arrepia...
Isso acontece em tudo que permeio,
triste aceitar que foi um devaneio,
"minha ventura só durou um dia!"
Janete Sales Dany
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ATIVIDADE
FÓRUM DO SONETO
TRILHA DE SONETOS XCIV-
"HOJE", DE AUTA DE SOUZA
Regra: compor Sonetos transcrevendo
no verso 1 e no verso 14
os versos de sonetos ou
retirados de poemas parnasianos,
ou de qualquer posição,
sendo livres o ritmo,
o esquema rimico
e o desenvolvimento do mote.
Hoje
Fiz anos hoje… Quero ver agora
Se este sofrer que me atormenta tanto
Me não deixa lembrar a paz, o encanto,
A doce luz de meu viver de outr’ora.
Tão moça e mártir! Não conheço aurora,
Foge-me a vida no correr do pranto,
Bem como a nota de choroso canto
Que a noite leva pelo espaço em fora.
Minh’alma voa aos sonhos do passado,
Em busca sempre d’esse ninho amado
Onde pousava cheia de alegria.
Mas, de repente, num pavor de morte,
Sente cortar-lhe o vôo a mão da sorte…
Minha ventura só durou um dia.
DE AUTA DE SOUZA