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São dois modelos de soneto
que eu mais aprecio:
Soneto Decassílabo Heroico
4 estrofes, sendo 2 quartetos seguidos por 2 tercetos
Versos heroicos
Um ponto importante é a métrica,
todas as linhas com 10 sílabas poéticas
Acentuação tônica na 6ª e 10ª sílabas
Soneto Alexandrino
Sílabas tônicas que são obrigatórias
na 6ª e 12ª sílaba
14 versos, 4 estrofes
Dois hemistíquios cada um com 6 sílabas
Isto serve para qualquer soneto:
Não esquecendo que na métrica poética
a contagem de números de sílabas
termina na última sílaba tônica de cada verso.
Versos heroicos
Um ponto importante é a métrica,
todas as linhas com 10 sílabas poéticas
Acentuação tônica na 6ª e 10ª sílabas
Soneto Alexandrino
Sílabas tônicas que são obrigatórias
na 6ª e 12ª sílaba
14 versos, 4 estrofes
Dois hemistíquios cada um com 6 sílabas
Não esquecendo que na métrica poética
a contagem de números de sílabas
termina na última sílaba tônica de cada verso.
Quero apresentar a divisão silábica ( Métrica)
destes dois exemplos de sonetos:
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És dos Céus o Composto Mais Brilhante
Bocage :Soneto Decassílabo Heroico
Marília, nos teus olhos buliçosos
Ma/rí/lia/, nos/ teus/ o/lhos/ bu/li/ço/sos
Os Amores gentis seu facho acendem;
Os/ A/mo/res/ gen/tis/ seu/ fa/cho a/cen/dem;
A teus lábios, voando, os ares fendem
A teus lábios, voando, os ares fendem
A/ teus/ lá/bios/, vo/an/do, os/ a/res/ fen/dem
Terníssimos desejos sequiosos.
Terníssimos desejos sequiosos.
Ter/ní/ssi/mos/ de /se/jos/ se/qui/o/sos.
Teus cabelos subtis e luminosos
Teus cabelos subtis e luminosos
Teus /ca/be/los/ sub/tis/ e/ lu/mi/no/sos
Mil vistas cegam, mil vontades prendem;
Mil vistas cegam, mil vontades prendem;
Mil /vis/tas /ce/gam, /mil /von/ta/des/ pren/dem;
E em arte aos de Minerva se não rendem
E em arte aos de Minerva se não rendem
E em /ar/te aos/ de /Mi/ner/va/ se /não/ ren/dem
Teus alvos, curtos dedos melindrosos.
Teus alvos, curtos dedos melindrosos.
Teus/ al/vos,/ cur/tos/ de/dos/ me/lin/dro/sos.
Reside em teus costumes a candura,
Reside em teus costumes a candura,
Re/si/de em/ teus/ cos/tu/mes/ a/ can/du/ra,
Mora a firmeza no teu peito amante,
Mora a firmeza no teu peito amante,
Mo/ra a/ fir/me/za /no/ teu/ pei/to a/man/te,
A razão com teus risos se mistura.
A razão com teus risos se mistura.
A/ ra/zão/ com/ teus/ ri/sos/ se /mis/tu/ra.
És dos Céus o composto mais brilhante;
És dos Céus o composto mais brilhante;
És/ do/ Céus /o /com/pos/to/ mais/ bri/lhan/te;
Deram-se as mãos Virtude e Formosura,
Deram-se as mãos Virtude e Formosura,
De/ram/-se as/ mãos/ Vir/tu/de e/For/mo/su/ra,
Para criar tua alma e teu semblante.
Para criar tua alma e teu semblante.
Pa/ra/ cri/ar/ tu/a al/ma e /teu /sem/blan/te.
Bocage, in 'Sonetos'
E agora como exemplo de Métrica
de um Soneto Alexandrino,
colocarei um de minha autoria:
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Soneto Renascer
Bocage, in 'Sonetos'
E agora como exemplo de Métrica
de um Soneto Alexandrino,
colocarei um de minha autoria:
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Soneto Renascer
Escansão" Métrica poética"
deste Alexandrino
Nasce um novo momento em que eu posso sorrir
Nas/ce um/ no/vo /mo/men/to em/ que eu /po/sso/ so/rrir
Nos meus olhos um brilho, e nunca vi na vida
Nos meus olhos um brilho, e nunca vi na vida
Nos/ meus/ o/lhos /um/ bri/lho, e /nun/ca/ vi /na/ vi/da
O céu parece leve, a alma tenta se abrir!
O céu parece leve, a alma tenta se abrir!
O /céu/ pa/re/ce/ le/ve, a al/ma/ ten/ta /se a/brir!
Luz, em volta de mim! Entra, e sara a ferida...
Luz/, em/ vol/ta /de/ mim! /En /tra, e/ sa/ra a /fe/ri/da...
Surgem asas e avanço. O viço a me vestir!
Surgem asas e avanço. O viço a me vestir!
Sur/gem/ a/sas /e a/van/ço. O/ vi/ço a/ me/ ves/tir!
Já senti dor imensa e encarei só descida...
Já senti dor imensa e encarei só descida...
Já/ sen/ti/ dor/ i/men/sa e en/ca/rei/ só/ des/ci/da...
Caminho feito em pedra e sempre a me ferir...
Caminho feito em pedra e sempre a me ferir...
Ca/min/ho/ fei/to em/ pe/dra e /sem/pre a/ me/ fe/rir...
Procurava um socorro, uma graça na vida!
Pro/cu/ra/va um/ so/co/rro, u/ma/ gra/ça/na/ vi/da!
Hoje é belo o cenário, é como renascer
Hoje é belo o cenário, é como renascer
Ho/je é/ be/lo o /ce/ná/rio, é/ co/mo/ re/nas/cer
Desce chuva de amor e entra no coração
Desce chuva de amor e entra no coração
Des/ce/ chu/va /de a/mor/ e en/tra/ no /co/ra/ção
Clarão do sol em mim, louvando o alvorecer!
Cla/rão/ do/ sol/ em/ mim,/ lou/van/do o al/vo/re/cer!
A beleza se expressa e canta o passarinho
A beleza se expressa e canta o passarinho
A/ be/le/za/ se ex/pre/ssa e/ can/ta o /pa/ssa/rin/ho
Almejando emoção... Ternura na canção
Almejando emoção... Ternura na canção
Al/me/jan/do e/mo/ção/... Ter/nu/ra/ na/ can/ção
Uma essência tão livre, a florir meu caminho!
Uma essência tão livre, a florir meu caminho!
U/ma e/ssên/cia/ tão/ li/vre, a/ flo/rir/ meu/ca/min/ho!
Janete Sales Dany
Poema@registrado e imortalizado
na Biblioteca do Rio de Janeiro
No livro Soneto Manto Santo e outras
No Soneto Alexandrino, logo depois da sexta sílaba Poema@registrado e imortalizado
na Biblioteca do Rio de Janeiro
No livro Soneto Manto Santo e outras
tônica ( cesura) do primeiro hemistíquio, começa a contagem do segundo hemistíquio.
Em cada parte devemos obedecer a regra:
Hemistíquio com seis sílabas)
O primeiro hemistíquio pode terminar em oxítona, um exemplo:
Cla/rão/ do/ sol/ em/ mim,/
lou/van/do o al/vo/re/cer!
Ou terminar com uma paroxítona, outro exemplo:
U/ma e/ssên/cia/ tão/ li/
vre, a/ flo/rir/ meu/ca/min/ho!
Note que a elisão dos dois hemistíquios se deram
com as letras: vre, a
O primeiro hemistíquio jamais
Hemistíquio com seis sílabas)
O primeiro hemistíquio pode terminar em oxítona, um exemplo:
Cla/rão/ do/ sol/ em/ mim,/
lou/van/do o al/vo/re/cer!
Ou terminar com uma paroxítona, outro exemplo:
U/ma e/ssên/cia/ tão/ li/
vre, a/ flo/rir/ meu/ca/min/ho!
Note que a elisão dos dois hemistíquios se deram
com as letras: vre, a
O primeiro hemistíquio jamais
Sempre fui amante de Sonetos
principalmente, decassílabos heroicos e os Alexandrinos,
principalmente, decassílabos heroicos e os Alexandrinos,
procurei na literatura o Tratado de Versificação,
de Olavo Bilac e Guimarães Passos.
Logo abaixo a referencia do site
que obtive estas informações
Veja também um
BELO Alexandrino de Bilac : SÓ
BELO Alexandrino de Bilac : SÓ
De doze sílabas ou alexandrino
Este verso compõe-se geralmente de dois versos de seis sílabas;
porém é indispensável observar que dois simples versos de seis sílabas nem sempre fazem um alexandrino perfeito.
Quando o primeiro verso de seis sílabas termina por uma palavra grave, a outra deve começar por vogal ou consoante muda, como o h, para que haja a elisão. Esta regra é essencial, e para ela chamamos muito especialmente a atenção dos principiantes.
Este verso alexandrino: "dava-lhe a custo a sombra escassa e pequenina"
Este verso alexandrino: "dava-lhe a custo a sombra escassa e pequenina"
, está certo, porque, no ponto de junção dos dois metros reunidos ,a elisão do "a de sombra com o e "de escassa é perfeita. (dava-lhe a custo a SOMbr(a es)cassa e pequeNIna)
Mas se, em vez da palavra escassa houvesse ali a palavra fraca, — o verso assim composto — dava-lhe a custo a sombra fraca e pequenina — seria um alexandrino errado, ou melhor, seria um verso de doze sílabas, formado de dois versos de seis sílabas, mas não seria um alexandrino.
A lei orgânica do alexandrino pôde ser expressa em dois artigos: Primeiro: quando a ultima palavra do primeiro verso de seis sílabas é grave, a primeira palavra do segundo deve começar per uma vogal ou por um h;
Segundo: a ultima palavra do primeiro verso nunca pode ser esdrúxula. Claro está que, quando a ultima palavra do primeiro verso é aguda, a primeira do segundo Pode indiferentemente começar por qualquer letra, vogal ou consoante.
Fonte:Tratado de Versificação,
de Olavo Bilac e Guimarães Passos
clique na imagem para acessar o link
de Olavo Bilac e Guimarães Passos
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SÓ: Olavo Bilac
Este, que um deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
— Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.
De motejo em motejo arrasta a alma ferida...
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.
Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!
E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!
Olavo Bilac, in "Poesias"
Excelente explicação, uma maravilhosa aula, um dia quem sabe tento fazer um soneto...Linda tarde pra ti querida Janete.. bjs
ResponderExcluirBom dia querida Ana Maria. Sim, tente, logo que conseguir ficará muito entusiasmada, assim como fiquei... Fico feliz que apreciou. Uma honra tê-la presente aqui no Blog. Uma semana de paz Grande abraço Volte sempre.
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