O homem que guardava tudo

Ele tinha dinheiro de sobra
Por isto se achava o maioral
Escondia diamante e cristal

Era só dele; eternamente!
E por isto rebaixava os pobres
Enchia o peito e era esnobe

Tinha tudo e não queria nada
Farra, mulheres e luxúria...
Dos tristes não ouvia lamúria

Um dia sentiu uma dor no peito
Morreu e se foi para o além
Lá não tinha ninguém!

Estava sozinho sentado num baú
Todo o tesouro e a sua solidão
Parece que acabou a diversão

Ah, se tivesse tido compaixão!
Só que ele sempre amou a matéria
Em outro plano aquilo era miséria!

Janete Sales Dany
Poesia Registrada na Biblioteca Nacional

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