BENEDICITE!© OLAVO BILAC
In Tarde, 1919
Bendito o que, na terra, o fogo fez, e o tecto;
E o que uniu a charrua ao boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que, do chão abjeto,
Fez, aos beijos do sol, o ouro brotar do trigo;
E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu; e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;
E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano;
E o que inventou o canto; e o que criou a lira;
E o que domou o raio; e o que alçou o aeroplano...
Mas bendito, entre os mais, o que, no dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!¨
© OLAVO BILAC
In Tarde, 1919
BENEDICITE!© OLAVO BILAC
In Tarde, 1919
Ben/di/to o/ que/ na /TER/ra o/ fo/go /fez,/ e o /TE/to
E o/ que u/niu/ à/ char/RU/a o /boi/ pa/cien/te e a/MI/go;
E o/ que en/con/trou/ a en/XA/da; e o /que /do/ chão /ab/JE/to,
Fez/ aos/ bei/jos /do /SOL,/ o ou/ro/ bro/tar/, do/ TRI/go;
E o /que o /fer/ro /for/JOU;/ e o /pie/do/so ar/qui/TE/to
Que i/deou/, de/pois/ do/ BER/ço e /do /lar/, o /ja/ZI/go;
E o /que os/ fi/os/ ur/DIU/e o /que a/chou/ o al/fa/BE/to;
E o/ que/ deu/ u/ma es/MO/la ao /pri/mei/ro/ men/DI/go;
E o /que/ sol/tou/ ao/ MAR/ a/ qui/lha, e ao /ven/to o/ PA/no,
E o/ que in/ven/tou /o /CAN/to e o /que/ cri/ou/ a /LI/ra,
E o/ que/ do/mou/ o/ RA/io e o /que al/çou/ o ae/ro/PLA/no…
Mas/ ben/di/to en/tre os/ MAIS/ o/ que/ no /dó /pro/FUN/do,
Des/co/briu/ a es/pe/RAN/ça, a/ di/vi/na/ men/TI/ra,
Dan/do ao/ ho/mem /o/ DOM/ de /su/por/tar/o/MUN/do!
© OLAVO BILAC
In Tarde, 1919
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac
(Rio de Janeiro RJ 1865-1918)
Soneto Alexandrino
Soneto Alexandrino
Sílabas tônicas que são obrigatórias
na 6ª e 12ª sílaba
14 versos, 4 estrofes
14 versos, 4 estrofes
Dois hemistíquios cada um
Homenagem ao Poeta eterno, protetor e incentivador das palavras.
ResponderExcluirBoa noite querido amigo Escritor Emmanuel Almeida, feliz com a sua presença, agradeço é uma honra! Sim, Olavo Bilac - Poeta eterno. Uma semana de paz Volte sempre
Excluir