Como separar sílabas poéticas Soneto

Apresento nesta publicação a escansão

 de vários versos de Sonetos clássicos, 

de alguns Poetas consagrados:

Aos Anos do Meu Prezado Diretor

01-Castro Alves

Mancebos! De mil louros triunfantes

Man/ce/bos!/ De/ mil/ LOU/ros/ tri/un/FAN/tes

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SONETO DAS MÃOS

02-Alphonsus Guimarães

Mãos de finada, aquelas mãos de neve,

Mãos/ de/ fi/na/da, a/QUE/las/ mãos/ de/ NE/ve,

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PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

03-Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco

Eu/, fi/lho/ do/ car/BO/no e /do a/mo/NÍ/aco

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MUSEU

04-Cecília Meireles

Espadas frias, nítidas espadas,

Es/pa/das/ fri/as,/NÍ/ti/das/ es/PA/das,

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DOCE AMOR

05-Gonçalves Dias

Doce Amor — a sorrir-se brandamente

Do/ce A/mor /— a /sor/RIR/-se/ bran/da/MEN/te

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RIMAS

06-Euclides da Cunha 

Ontem — quando, soberba, escarnecias

On/tem /— quan/do,/ so/BER/ba, es/car/ne/CI/as

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O MURO

07-Artur Azevedo

Com justa maldição já te não falto,

Com/ jus/ta/ mal/di/CÃO/ já /te/ não/ FAL/to,

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VISÃO DA MORTE 

08-Cruz e Souza

Olhos voltados para mim e abertos

O/lhos /vol/ta/dos/ PA/ra /mim/ e a/BER/tos

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ZUMBI

09-Jorge de Lima

Em meu torrão natal — Imperatriz —,

Em /meu /tor/rão/ na/TAL /— Im/pe/ra/TRIZ—,

Os nove sonetos apresentados 

são decassílabos Heroicos

Acentuação tônica na sexta e décima sílaba

SONHO MORTO

10- Hermes Fontes

Morte Libertadora, é assim que te suponho!

Mor/te/ Li/ber/ta/DO/ra, é as/sim/ que/te/ su/PON/ho!

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10- O útimo soneto de Martins Fontes 

é um Alexandrino

Doze sílabas Poéticas

Primeiro Hemistíquio:

Mor/te/ Li/ber/ta/DO/ra,

Segundo Hemistíquio:

é as/sim/ que/te/ su/PON/ho!

Mais escansão:

Versos de Sonetos 

Guilherme de Almeida
DOR OCULTA 

Quando uma nuvem nômade destila

Quan/do u/ma/ nu/vem/ NÔ/ma/de/ des/TI/la

Auta de Souza 

CELESTE (a uma criança)
Eu fiz do Céu azul minha esperança
Eu /fiz/ do /Céu/ a/ZUL/ min/ha es/pe/RAN/nça

Coelho Neto

SER MÃE

Ser mãe é ser um anjo que se libra

Ser/ mãe /é /ser /um /AN/jo /que /se /LI/bra

A contagem das sílabas poéticas 

não é parecida com as das sílabas gramaticais. 

Conta-se somente até a última sílaba tônica.

E pode haver elisão entre duas 

ou mais vogais, átonas ou 

até mesmo tônicas:

ORAÇÃO DA NOITE

AUTA DE SOUZA

Ajoelhada, ó meu Deus, e as duas mãos unidas,
Olhos fitos na Cruz, imploro a tua graça...
Esconde-me, Jesus! da treva que esvoaça
Na tristeza e no horror das noites mal dormidas,

Maria! Virgem mãe das almas compungidas,

Sorriso no prazer, conforto na desgraça...

Recolhe essa oração que nos meus lábios passa

Em palavras de fé no teu amor ungidas.

Anjo de minha guarda, ó doce companheiro!

Tu que levas do berço ao porto derradeiro

O lúrido batel de meu sonhar sem fim,

Dá-me o sono que traz o bálsamo ao tormento,

Afoga o coração no mar do esquecimento...

Abre as asas, meu anjo, e estende-as sobre mim.

Escansão da primeira estrofe 

deste soneto Alexandrino
ORAÇÃO DA NOITE

A/joe/lha/da, ó /meu/DEUS/, e as/ du/as /mãos/ u/NI/das,
O/lhos/ fi/tos/na/ CRUZ,/ im/plo/ro a/ tu/a/ GRA/ça...
Es/con/de-/me/, Je/SUS!/ da/ tre/va/ que es/vo/A/ça
Na/ tris/te/za e /no hor/ROR /das /noi/tes/ mal/ dor/MI/das,

Em vermelho a sexta 

e décima segunda sílaba tônica

E em amarelo as elisões entre vogais