Deram-me a liberdade, abriram a gaiola...
Eu nem pude acreditar!
Olhei desconfiado e pensei:
-Eu não sei voar!
Acostumado com os limites de espaço,
lembrei-me de todas as vezes que eu tentei fugir
e fui
vencido pelo cansaço!
Eu sempre via os meus amigos
fazendo voos rasantes pelo céu,
porém eu só via...
Pássaro de gaiola não voa-
de tão triste, nem canta, só assovia!
de tão triste, nem canta, só assovia!
Com receio e isolado do mundo, eu pensei...
- A porta está aberta, será uma armadilha?
-Se eu sair, o que irão fazer comigo - eu não sei...
Eu sou pássaro de gaiola, condicionado
a viver uma vida sem horizontes, eu sou desconfiado!
Gaiola aberta para mim não quer dizer nada.
As horas são iguais — tanto faz ser dia ou madrugada!
Dá vontade de sair e enfrentar o meu medo,
arriscar a vida
(melhor do que a triste sina de viver preso).
(melhor do que a triste sina de viver preso).
Porém encolho-me num cantinho,
como quem fica esperando a morte—
como quem fica esperando a morte—
Desacreditando de tudo,
até da minha própria sorte!
até da minha própria sorte!
Janete Sales Dany
Poesia Registrada na Biblioteca Nacional
Registro: 606038
Livro: "EU VOU ABRAÇAR A VIDA!" E OUTRAS
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