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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Soneto Império do Tempo - Decassílabo Heroico


Reconheço os desenhos no meu rosto 
A tristeza e alegria em minha vida 
O espelho nunca esconde, deixa imposto. 
Um passado distante, alma partida! 
Anoitece a visão num pranto exposto 
Amanhece num riso, o sol convida! 
Sinto o corpo insensível, indisposto... 
O espírito criança olha e duvida! 
Canta doces canções na minha mente... 
Desejo de brincar... Eternamente! 
Sem demora a verdade prevalece 
Com os braços abertos acho a garra... 
Do tempo alucinado que me amarra! 
E a fome do meu ontem adormece
Janete Sales Dany
Soneto Registrado e imortalizado
na Biblioteca Nacional no livro: 
Soneto Império do tempo e outras
Página: 04

Estrutura:ABAB,ABAB,CCD,EED
Versos Decassílabos Heroicos

Regras:Dez sílabas poéticas, 
em cada verso apresentado...
Quatro estrofes:
 duas de quatro versos (quartetos)
e mais duas de três versos (tercetos)
Sempre a sílaba tônica  está
na sexta e décima sílaba de cada verso

Licença Creative Commons
O trabalho Soneto Império do Tempo de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

O meu fascínio pela poesia, não se estende somente nas de versos livres,acrósticos, prosas, poemas rimados e outros...
Sinto um amor profundo pelos sonetos, e os que mais aprecio,
são os sonetos clássicos: Decassílabos Heroicos e os Alexandrinos.
O lirismo presente neles, o amor, a dor, ou ás vezes, expressando um problema social, são vozes que alcançam a alma.
Sou apaixonada por Camões, Augusto dos Anjos, Bilac, Machado de Assis, Vinícius de Moraes, Cruz e Souza, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e outros mais.
As utilizações de metáforas fazem dos versos algo estimulante, nos fazem pensar, a beleza está nos horizontes alcançados de cada leitor. 
O encanto da poesia é isto, cada um tem uma visão distinta, e surgem novos poemas no raciocínio de outras mentes...
Não fico tristonha quando a minha poesia está exprimindo sobre um tema, e alguém comenta algo que eu não havia enxergado antes na mesma.
Poemas são pensamentos que criam asas, e nunca se dirigem para o mesmo recanto.
Nos sonetos, a métrica, os quatorze versos, a estrutura inteira, é como um desafio para o escritor. Em cada um, surge um filho, que sobreviverá nas letras do tempo.


quinta-feira, 16 de maio de 2019

Soneto Selva de Pedra - Alexandrino


Não sou deste lugar, erguido com cimento 
Pequeninos sem lar, olhares suplicantes 
Infância sem brinquedo, e a falta de alimento 
Sou voo do passaredo, em campos verdejantes 

Não sou deste lugar, temo o céu que é cinzento 
Multidão apressada, e ignora os semelhantes 
Noites sem paz na rua, amargura e tormento 
Sou o alto iluminado, onusto de brilhantes 

Esta selva de pedra... A pobreza e a riqueza! 
Pés descalços sem rumo e carros imponentes 
Sou lago cristalino, o elo na natureza... 

Verto o pranto da terra, olhando esta cidade! 
Há sempre o mal fremente, amofinando as mentes ... 
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...

Janete Sales Dany
Soneto Registrado e imortalizado
na Biblioteca Nacional no livro: 
Soneto Império do tempo e outras
Licença Creative Commons
O trabalho Soneto Selva de Pedra de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Escansão deste Soneto Alexandrino

Exemplo de Métrica.
Regras para métrica:
Sílabas tônicas que são obrigatórias 
na 6ª e 12ª sílaba
14 versos, 4 estrofes
2 quartetos e dois tercetos
Em cada verso:

Dois hemistíquios cada um com 6 sílabas:



Es/ta/sel/ va/de/ Pe/dra... 
a /ri/que/za e a/ po/BRE/za!


Exponho neste Soneto Alexandrino o impacto de uma pessoa que sempre morou no interior e passa a morar numa cidade grande.
É como se sentir perdido diante de tanta grandiosidade.
Um mundo frio de ofertas, em que os olhos buscam, mas não alcançam...
A correria do dia a dia faz com que a população do local esqueça o bom dia.Mal se olha o próximo... Muitas pessoas estão estressadas!
As notícias boas e ruins chegam com uma rapidez impressionante, e estando nesta situação não existe tempo para refletir, respirar, tomar fôlego... O mundo moderno ás vezes SUFOCA!
Na cidade grande o ar é poluído... Com a poluição crescente quase não se vê mais estrelas. A violência avança como uma epidemia, a desigualdade social presente em cada rua. Enquanto alguns esbanjam um alto poder financeiro, outros fazem das calçadas a moradia. A verdade fica estampada. O reflexo do contraste: Mais pobres do que ricos...

Claro, existem diversas opções que não há no interior, não podemos colocar em evidência só o lado negativo. Atrações culturais, muitas opções para compras, bibliotecas, museus, bancos, e outros... Uma diversidade de possibilidades! Quem gosta de vida agitada consegue sobreviver...

O céu do interior é estrelado! O índice de violência ainda não está acentuado... Existe uma conexão com a natureza a toda instante, o que possibilita viver uma vida sem stress.





Por Janete Sales Dany
Palavras relacionadas ao Soneto Alexandrino
Hemistíquio
uma das partes de um verso 
dividido pela cesura
Exemplo:
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...
Primeiro hemistíquio:
O medo atrás do muro,
Segundo hemistíquio:
e a falsa liberdade...

Elisão: quando um verso termina com uma vogal
ÁTONA e a seguinte está na mesma situação,
ou começa com H, se faz a elisão
Neste exemplo:
A elisão dos dois hemistíquios
se uniu por vogais
O medo atrás do mu/ro, e a/ falsa liberdade...
muro e a falsa***mu/rO E A/ falsa

Um soneto clássico deve apresentar:
Métrica: 
obedecer as contagens das sílabas
Neste publicação um alexandrino:
doze sílabas poéticas, acentuação tônica
na sexta e decima segunda sílaba 
Estrutura: quatorze versos  
Dois quartetos e dois tercetos
Rima: se possível as terminações
com rimas ricas

Sou voo do passaredo, em campos verdejantes
Sou voo de andorinha, em campos verdejantes
Correção no quarto verso do primeiro quarteto

Soneto Selva de Pedra (Corrigido)

Não sou deste lugar, erguido com cimento 
Pequeninos sem lar, olhares suplicantes 
Infância sem brinquedo, e a falta de alimento 
Sou voo de andorinha, em campos verdejantes

Não sou deste lugar, temo o céu que é cinzento 
Multidão apressada, e ignora os semelhantes 
Noites sem paz na rua, amargura e tormento 
Sou o alto iluminado, onusto de brilhantes 

Esta selva de pedra... A pobreza e a riqueza! 
Pés descalços sem rumo e carros imponentes 
Sou lago cristalino, o elo na natureza... 

Verto o pranto da terra, olhando esta cidade! 
Há sempre o mal fremente, amofinando as mentes ... 
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...


Janete Sales Dany


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Metamorfose - Soneto Decassílabo Heroico


Ele se pôs pensando em liberdade —
cansou de ser pequeno e se ferir.
Noite calma e estrelada na cidade…
Encarou o horizonte num sorrir.

E desabou no chão toda saudade,
liberto dele mesmo, apenas ir…
Asas para encontrar a claridade,
ensejo de emoções para expandir.

Às vezes, é preciso se sangrar,
ignorar o perigo sem se olhar,
se abrir e libertar a fantasia.

Ele se projetou para o imprevisto
e viu mundos que nunca tinha visto.
No retorno, compôs esta poesia!

Janete Sales Dany
Soneto Registrado e imortalizado
na Biblioteca Nacional no livro: 
Soneto Império do tempo e outras

Ele se pôs penSANdo em liberDAde 
Cansou de ser peQUEno e se feRIR 
Noite calma e estreLAda na ciDAde 
Encarou o horiZONte num soRRIR 

Soneto Decassílabo Heroico

Quatro estrofes,
dois quartetos e dois tercetos 
Acentuação tônica sempre
na sexta e décima sílaba

A sílaba poética possui regras diferentes
da sílaba gramatical
Quando estou elaborando um soneto,
E tenho uma dúvida quanto a isto
Gosto muito de Olavo Bilac 
Para ter a certeza na perfeição 
da escanção (Métrica) 
de um poema, vejamos:


ASSOMBRAÇÃO - OLAVO BILAC
Primeira estrofe

Conheço um coração, tapera escura,
Casa assombrada, onde andam penitentes
Sombras e ecos de amor, e em que perdura
A saudade, presença dos ausentes.

Con/he/ço um/ co/ra/ÇÃO,/ ta/pe/ra es/CU/ra,
Ca/sa a/ssom/bra/da, on/de AN/dam/ pe/ni/TEN/tes
Som/bras /e e/cos /de a/MOR/, e em/ que/ per/DU/ra
A /sau/da/de,/ pre/SEN/ça /dos/ au/SEN/tes.

Este efeito na animação 

foi elaborado no aplicativo Photo Lab
Em várias etapas...
Dá para brincar muito com as fotos
E usá-las em Blogs, Sites,
e Vídeos do YouTube
ou para Facebook...
Quase todas as redes sociais
aceitam este tipo de arquivo...
então, deixe sua mente acesa!
Boa Sorte

FANTASIA ACESA
Poeta é ser poema
Basta se esbarrar no brilho da constelação

É ser amor

Basta viver expondo o coração

É ser alegria

Basta ter o sorriso... 
No rosto triste algum dia!
Vai se refazendo numa poesia
É ter a fantasia acesa
Basta se camuflar na natureza
É ser inventor
Basta se encontrar no outro...
Vira palhaço, político, passarinho...
Vira juiz, presidente ou cavalo-marinho.
Às vezes é rico, ou pobre sem um chão!
É ser feiticeiro, bruxo, perdição... 
É olhar repleto de carinho
É ser canção... Oração!
Escreve sem rima
Ou se atreve num soneto
Nunca perde a inspiração 
que se aproxima

Janete Sales Dany
Poema@ todos direitos reservados

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O trabalho Metamorfose Soneto Decassílabo Heroico de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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O trabalho Fantasia acesa de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.