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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Soneto Selva de Pedra - Alexandrino


Não sou deste lugar, erguido com cimento 
Pequeninos sem lar, olhares suplicantes 
Infância sem brinquedo, e a falta de alimento 
Sou voo do passaredo, em campos verdejantes 

Não sou deste lugar, temo o céu que é cinzento 
Multidão apressada, e ignora os semelhantes 
Noites sem paz na rua, amargura e tormento 
Sou o alto iluminado, onusto de brilhantes 

Esta selva de pedra... A pobreza e a riqueza! 
Pés descalços sem rumo e carros imponentes 
Sou lago cristalino, o elo na natureza... 

Verto o pranto da terra, olhando esta cidade! 
Há sempre o mal fremente, amofinando as mentes ... 
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...

Janete Sales Dany
Soneto Registrado e imortalizado
na Biblioteca Nacional no livro: 
Soneto Império do tempo e outras
Licença Creative Commons
O trabalho Soneto Selva de Pedra de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Escansão deste Soneto Alexandrino

Exemplo de Métrica.
Regras para métrica:
Sílabas tônicas que são obrigatórias 
na 6ª e 12ª sílaba
14 versos, 4 estrofes
2 quartetos e dois tercetos
Em cada verso:

Dois hemistíquios cada um com 6 sílabas:



Es/ta/sel/ va/de/ Pe/dra... 
a /ri/que/za e a/ po/BRE/za!


Exponho neste Soneto Alexandrino o impacto de uma pessoa que sempre morou no interior e passa a morar numa cidade grande.
É como se sentir perdido diante de tanta grandiosidade.
Um mundo frio de ofertas, em que os olhos buscam, mas não alcançam...
A correria do dia a dia faz com que a população do local esqueça o bom dia.Mal se olha o próximo... Muitas pessoas estão estressadas!
As notícias boas e ruins chegam com uma rapidez impressionante, e estando nesta situação não existe tempo para refletir, respirar, tomar fôlego... O mundo moderno ás vezes SUFOCA!
Na cidade grande o ar é poluído... Com a poluição crescente quase não se vê mais estrelas. A violência avança como uma epidemia, a desigualdade social presente em cada rua. Enquanto alguns esbanjam um alto poder financeiro, outros fazem das calçadas a moradia. A verdade fica estampada. O reflexo do contraste: Mais pobres do que ricos...

Claro, existem diversas opções que não há no interior, não podemos colocar em evidência só o lado negativo. Atrações culturais, muitas opções para compras, bibliotecas, museus, bancos, e outros... Uma diversidade de possibilidades! Quem gosta de vida agitada consegue sobreviver...

O céu do interior é estrelado! O índice de violência ainda não está acentuado... Existe uma conexão com a natureza a toda instante, o que possibilita viver uma vida sem stress.





Por Janete Sales Dany
Palavras relacionadas ao Soneto Alexandrino
Hemistíquio
uma das partes de um verso 
dividido pela cesura
Exemplo:
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...
Primeiro hemistíquio:
O medo atrás do muro,
Segundo hemistíquio:
e a falsa liberdade...

Elisão: quando um verso termina com uma vogal
ÁTONA e a seguinte está na mesma situação,
ou começa com H, se faz a elisão
Neste exemplo:
A elisão dos dois hemistíquios
se uniu por vogais
O medo atrás do mu/ro, e a/ falsa liberdade...
muro e a falsa***mu/rO E A/ falsa

Um soneto clássico deve apresentar:
Métrica: 
obedecer as contagens das sílabas
Neste publicação um alexandrino:
doze sílabas poéticas, acentuação tônica
na sexta e decima segunda sílaba 
Estrutura: quatorze versos  
Dois quartetos e dois tercetos
Rima: se possível as terminações
com rimas ricas

Sou voo do passaredo, em campos verdejantes
Sou voo de andorinha, em campos verdejantes
Correção no quarto verso do primeiro quarteto

Soneto Selva de Pedra (Corrigido)

Não sou deste lugar, erguido com cimento 
Pequeninos sem lar, olhares suplicantes 
Infância sem brinquedo, e a falta de alimento 
Sou voo de andorinha, em campos verdejantes

Não sou deste lugar, temo o céu que é cinzento 
Multidão apressada, e ignora os semelhantes 
Noites sem paz na rua, amargura e tormento 
Sou o alto iluminado, onusto de brilhantes 

Esta selva de pedra... A pobreza e a riqueza! 
Pés descalços sem rumo e carros imponentes 
Sou lago cristalino, o elo na natureza... 

Verto o pranto da terra, olhando esta cidade! 
Há sempre o mal fremente, amofinando as mentes ... 
O medo atrás do muro, e a falsa liberdade...


Janete Sales Dany


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