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quarta-feira, 4 de março de 2015

Socorro, o portão permanece fechado!


Socorro, o portão permanece fechado!
Vejam, estou presa no meu mundo alienado...
Ele sempre sorriu dizendo que é o melhor para mim!
Com estas palavras ufanas foi decretando o meu fim...

Dono das minhas horas e observador do meu interior.
Cuidadoso em demasia com a desculpa do amor
Quem vai compreender que eu odeio esta prisão?
Só eu sei o quanto padeço atrás deste portão...


Exploração que investiga meu mundo pequeno
Dizimando a minha personalidade como um veneno
Presumo o que pode haver neste horizonte proibido...
Sou mulher prisioneira eterna do meu marido!

Sou invisível, sou muda, sou burra e sem cor!
Acato em silêncio o comando do meu amor...
Não há mais mulheres que vivem deste jeito?
Mentira, muitas morrem até mesmo no leito!

Imagino a liberdade e nunca mais serei caçada!
O portão aberto, minha algema quebrada...
Livre da doença que persegue e emudece...
Da apatia cruel de um viver que só aborrece!

O meu futuro  ornamentado com várias cores...
Minha delicadeza avançando no meio das flores
Mulher não é propriedade e jamais poderá ser...
Socorro, este portão só quer me enlouquecer!

Janete Sales Dany
Poema @ Protegido por lei
Com esta poesia estou participando
da antologia e imagem da PEAPAZ
Licença Creative Commons
O trabalho Socorro, o portão permanece fechado! de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
 Antologia e imagem da PEAPAZ


A imagem proposta foi uma mulher no portão, e como estamos perto do dia 08 de março, dia internacional da mulher. Decidi dar voz aquelas que são prisioneiras de um ciúme doentio...
Mulheres em que em nome do amor os parceiros acham que são donos delas...
Todo dia no noticiário vemos a morte de algumas em que a justificativa foi o ciúmes...
 Meu repúdio a todo aquele que pensa que amar é fazer do parceiro(a) uma propriedade.

Amar é saber respeitar a individualidade.
Jamais medir os passos...
O amor é uma estrada de liberdade, 
pois quem ama sabe que perto ou longe 
dois corações pulsam de saudade... 

Janete Sales Dany 

Obra: The Gate ( O portão, La puerta)
Autor: Luis Jiménez Aranda
Estilo: Impressionista



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