No parque desabava uma chuva sem fim...
Este dilúvio perdurava dentro de mim
Árvores frondosas com folhas de todas as cores
O irisado daquele desenho assistia as minhas dores
Poucas horas antes, o cenário era diferente...
Em vez de solidão, o lugar estava repleto de gente!
Gritos de crianças que corriam; brincando de esconder...
Um casal se beijando; tinham acabado de se conhecer!
O pipoqueiro indagava: – Quem vai querer?
O canto dos pássaros era a canção; aquecia o coração!
Um horizonte de encontros e reencontros era a gravura...
Isto só durou até que chegasse ao céu uma nuvem escura!
Presenciei todo aquele momento de transformação...
A chuva que começou a cair abraçou a minha solidão!
Guarda-chuvas abrigavam os que ainda caminhavam...
O parque ficou triste; só eu sei das lágrimas que rolavam!
O chão se converteu num espelho; fitei o meu rosto nublado...
Aquele recanto viu o meu segredo e se tornou o meu aliado!
A essência relutava para continuar naquele sonho matizado...
Uma obra; um quadro mágico. O pintor estava bem inspirado!
Quem dera pudesse me vestir daquele colorido que inebriava...
Sentir o calor da alma daquela árvore que da chuva me abrigava!
De súbito o parque insigne alvoreceu; o clarão assumiu o legado...
Ignorou as lágrimas do elevado, e do meu pranto derramado!
Janete Sales Dany
Poema Registrado na Biblioteca Nacional
Poema Registrado na Biblioteca Nacional
O trabalho A magia de um colorido que inebriava... de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Prêmio que recebi da Peapaz:
Antologia Imagem e Literatura nº 8:
A Magia do parque (Mystic Park)
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