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sexta-feira, 12 de março de 2021

A NÉVOA DA TERRA

Anoitece e o lirismo infinito fulgura
nas estrelas do céu suplicante - diamantes!
Há quem veja o assombroso esplendor sem ternura,
este ser persevera em viver sem brilhantes:

Na cegueira, sem paz, sem amor, em clausura...
com poréns nas ações - energias maçantes!
O luzeiro rebrilha apesar da amargura-
O Senhor do elevado oferece os instantes...

O poeta apontou o destino recluso:
O delírio do andar que despreza a presença,
acordar sem amar o que existe e enternece...

No elevado prefulge a esperança sem uso.
Recompensa que ampara a existência que pensa:
Na fluência da prece o milagre acontece!

Janete Sales Dany
Soneto@todos os direitos reservados
Registrado na Biblioteca Nacional:(696/22)
no livro Presença de Jesus e outras
Conteúdo autoral, 
protegido pela Lei 9.610/98, arts.18 e 24.


O trabalho A NÉVOA DA TERRA de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Em áudio no Recanto das Letras
Clique na imagem
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MÉTRICA DESTE SONETO ALEXANDRINO
Soneto Clássico
Alexandrino:Tetrâmetro Anapéstico
4 anapestos seguidos
Tetra é prefixo grego que significa 4.
O ritmo anapesto é: A A T (átona, átona, tônica).
Esquema de rimas:

ABAB/ABAB/CDE/CDE

Atividade FÓRUM DO SONETO:
TRILHA XXX - OLAVO BILAC


Os participantes do FÓRUM DO SONETO
apenas interagem com o soneto principal:
ABSTRAÇÃO

Há no espaço milhões de estrelas carinhosas,
Ao alcance do teu olhar... Mas conjeturas
Aquelas que não vês, ígneas e ignotas rosas,
Viçando na mais longe altura das alturas.

Há na terra milhões de mulheres formosas,
Ao alcance do teu desejo... Mas procuras
As que não vivem, sonho e afeto que não gozas
Nem gozarás, visões passadas ou futuras.

Assim, numa abstração de números e imagens,
Vives. Olhas com tédio o planeta ermo e triste,
E achas deserta e escura a abóbada celeste.

E morrerás, sozinho, entre duas miragens:
As estrelas sem nome - a luz que nunca viste,
E as mulheres sem corpo - o amor que não tiveste!

Olavo Bilac
Soneto  A NÉVOA DA TERRA
Exemplo de rima rica:
Primeira estrofe:
Fulgura- verbo/ Ternura- substantivo

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