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sábado, 12 de julho de 2025

ALMA SEM ALBA


Renascerá o sol na aurora em que se engasta,
a iluminar o breu das brenhas da saudade,
que sem licença vem e logo nos invade,
na solidão sem fim do ser iconoclasta.

Se consolar assim deseja alguém, não basta
tal intenção, pois quem está cego não há de
ver numa aurora a redenção que, enfim, da grade
de densas trevas o liberte, eis que nefasta.

O amanhecer virá e a noite vem também,
toda existência traz consigo a mesma trama,
mesmo que não repare o oculto sobrevém.

A alma sem alba vive em sombras e não ama,
mas a fulgente esbanja amor, se sente bem,
e assim se torna lume intenso, eterna chama.

Edir Pina de Barros (primeiro quarteto)
Glauco Mattoso (segundo quarteto)
Janete Sales (primeiro terceto)
Paulino Lima (segundo terceto)

Soneto em coautoria:
Atividade ABRASSO®
Academia Brasileira de Sonetistas


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