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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É o fim da poesia




Eu sentia a alegria...

O azul do céu era tão vivo que os meus olhos doíam

No alaranjado do arrebol as tardes se despediam...

No chão dos meus caminhos as flores se abriam...

E o vento espalhava as sementes que caiam...

O meu olhar assistia o colorido que nascia!

Aquilo tudo era o que eu mais queria!



Então, chegou a solidão...

O céu escureceu e me cobriu de breu...

No elevado acinzentado a tarde se perdeu

Nas trilhas do meu chão a esperança morreu

O vento espalhou o pranto que escorreu

O meu olhar assistiu o vazio que nasceu!

Expirou o dia; eu perdi o que eu mais queria!



Virei um coração vazio...

Um ano sem verão destruído por um olhar frio...

No horizonte um corvo oscila na minha direção

Ouço na estrada o que já foi uma canção

A ventania embaralha as folhas secas do outono...

Os meus olhos cansados são reféns do meu sono...

É o fim da poesia, a noite arredia venceu o dia!

Janete Sales Dany 
Licença Creative Commons
O trabalho É o fim da poesia de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

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