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domingo, 20 de março de 2016

As borboletas aprisionadas no caderno


Borboletas, muitas borboletas...
Uma menina colecionava, amava...
Em cada folha do caderno ela colava
Apreciava o jardim à espera da beleza
Ao ver, prendia as asas com firmeza...
Com cola, fixava a atração no papel!
Presa para sempre e adeus ao céu
Eram todas dela e de cores infindas...
Sorria ao vê-las, eram tão lindas!
Escondia da mãe aquele tesouro
Havia uma enorme na coleção
Asas brilhantes da cor de ouro
Apertava o caderno no coração
Acervo mais belo do mundo
Sentia um orgulho profundo
Aconteceu um dia de felicidade
Conseguiu prender dez...
Não percebia a ruindade!
De noite adormeceu sorrindo...
Sonhou com um lampejo lindo

Era a borboleta da cor dourada
Sobre o caderno e estava parada
O brilho era tão intenso que quase cegava
Esplendor que doía o olhar...
De súbito começou a voar
As asas ficaram imensas e se batiam...
As folhas do caderno passaram a se levantar
E de lá as borboletas mortas saiam voando
Eram muitas e a menina foi se assustando
Meu Deus, as borboletas estavam chorando!
Borboleta não chora, a menina pensava...
Queria acordar do pesadelo, mas não acordava!
Gritava por socorro, e sentiu uma mão...
A mãe estava do lado, acordou então!
Foi um sonho ruim, disse a menina...
Depois desta noite nunca mais fez a maldade
Borboleta solta para ela é a felicidade
E por incrível que pareça não dá para acreditar...
As borboletas sumiram do caderno, eternamente!
Livres para sempre. Estão soltas e vão voar...
Nas folhas, só ficaram o desenho das lágrimas...

 Que ela jamais conseguiu apagar!

Janete Sales Dany
20/03/2016
Poema@protegido por lei
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O trabalho As borboletas aprisionadas no caderno de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

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