Que saudade da rua e do abraço apertado!
De respirar profundo e partir sem destino...
Vejo toda aflição, meu viver assustado!
Um vírus insistente, um enlace assassino
Fase onusta de horror, o mundo transtornado
O oculto aterra a vida... A igreja toca o sino!
Ainda não era a hora e escurece o elevado...
A terra em oração... Busca o amparo divino
Vai andorinha livre, o céu é todo seu!
A natureza em paz, solfejando a alegria...
O ser humano preso e espreita o que perdeu
A guerra continua e um riacho murmura...
O pranto encerrará... Como encerra a poesia
Que seja bem veloz, a glória de uma cura!
Janete Sales Dany
Soneto@todos os direitos reservados
Registrado na Biblioteca Nacional:(696/22)
no livro Presença de Jesus e outras
SONETO ALEXANDRINO
Acentuação tônica na sexta e décima sílaba
Acentuação tônica na sexta e décima sílaba
Dois hemistíquios, poema com catorze versos.
Este, que um deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
— Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.
De motejo em motejo arrasta a alma ferida...
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.
Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!
E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!
Amante de Sonetos principalmente os Alexandrinos,
procurei na literatura o Tratado de Versificação,
de Olavo Bilac e Guimarães Passos.
Com certeza coloquei a referencia do site
que consegui estas informações
E também um BELO Alexandrino de Bilac : SÓ
De doze sílabas ou alexandrino
Este verso compõe-se geralmente de dois versos de seis sílabas;
porém é indispensável observar que dois simples versos de seis sílabas nem sempre fazem um alexandrino perfeito.
Quando o primeiro verso de seis sílabas termina por uma palavra grave, a outra deve começar por vogal ou consoante muda, como o h, para que haja a elisão. Esta regra é essencial, e para ela chamamos muito especialmente a atenção dos principiantes.
Este verso alexandrino: "dava-lhe a custo a sombra escassa e pequenina"
Este verso alexandrino: "dava-lhe a custo a sombra escassa e pequenina"
, está certo, porque, no ponto de junção dos dois metros reunidos ,a elisão do "a de sombra com o e "de escassa é perfeita. (dava-lhe a custo a SOMbr(a es)cassa e pequeNIna)
Mas se, em vez da palavra escassa houvesse ali a palavra fraca, — o verso assim composto — dava-lhe a custo a sombra fraca e pequenina — seria um alexandrino errado, ou melhor, seria um verso de doze sílabas, formado de dois versos de seis sílabas, mas não seria um alexandrino.
A lei orgânica do alexandrino pôde ser expressa em dois artigos: Primeiro: quando a ultima palavra do primeiro verso de seis sílabas é grave, a primeira palavra do segundo deve começar per uma vogal ou por um h;
Segundo: a ultima palavra do primeiro verso nunca pode ser esdrúxula. Claro está que, quando a ultima palavra do primeiro verso é aguda, a primeira do segundo Pode indiferentemente começar por qualquer letra, vogal ou consoante.
Fonte:Tratado de Versificação,
de Olavo Bilac e Guimarães Passos
clique na imagem para acessar o link
de Olavo Bilac e Guimarães Passos
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SÓ
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
— Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.
De motejo em motejo arrasta a alma ferida...
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.
Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!
E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!
Olavo Bilac, in "Poesias"
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