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sábado, 20 de junho de 2020

ANDARILHA - Soneto Alexandrino



Sigo na trilha em paz, há um azul em mim..
O vento traz o mar, a brisa da poesia
A carícia do amor, a tez sente e diz sim!
Espírito floresce, era o que mais queria...

Há um vermelho em mim, o meu jardim carmim!
A rosa que se esconde, e pulsa em fantasia
Pétalas de emoção... Um lumaréu sem fim!
Abrigo de energia, alma que nunca esfria

E a noite se derrama e no alto a lua brilha,
repleta de intenção, é verve enfeitiçada!
Uma estampa que amplia, e encoraja a andarilha,

minha vida num lago, espelho que fascina!
Há mistério no olhar, essência apaixonada...
Prisioneira da estrada... Admito é minha sina!

Janete Sales Dany
20/06/2020 T6983301
Soneto@Todos os direitos reservados
Obra Protegida - Lei nº 9.610/98.

Significado: an·da·ri·lho
Junção de (andar + -ilho)
Aquele que anda muito, que vagueia.
Regras do  Clássico
Soneto Alexandrino:
Sempre
Versos com dois hemistíquios
Sílabas tônicas, são obrigatórias 
e ocorrem na sexta 
e décima segunda sílaba 
Todo alexandrino possui 
dois hemistíquios com 6 sílabas. 
O primeiro tem que terminar com uma oxítona 
ou com uma vogal.
Se terminar com uma oxítona, 
a palavra seguinte do outro hemistíquio, 
pode começar com vogal ou consoante.
Quando terminar com vogal,
 se faz necessário outra vogal 
no próximo hemistíquio,
 para que haja a elisão.
Possui: Quatro estrofes,
dois quartetos seguidos 
de dois tercetos

Licença Creative Commons
O trabalho Andarilha de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Olavo Bilac e Guimarães Passos
 Tratado de Versificação 

De doze sílabas ou alexandrino 

Este verso compõe-se geralmente de dois versos de seis sílabas; porém é indispensável observar que dois simples versos de seis sílabas nem sempre fazem um alexandrino perfeito. Quando o primeiro verso de seis sílabas termina por uma palavra grave, a outra deve começar por vogal ou consoante, como o h, para que haja a elisão. Esta regra é essencial, e para ela chamamos muito especialmente a atenção dos principiantes. Este verso alexandrino: dava-lhe a custo a sombra escassa e pequenina, está certo, porque, no ponto de junção dos dois metros reunidos ,a elisão doo a de sombra com o e de escassa é perfeita. Mas se, em vez da palavra escassa houvesse ali a palavra fraca, — o verso assim composto — dava-lhe a custo a sombra fraca e pequenina — seria um alexandrino errado, ou melhor, seria um verso de doze sílabas, formado de dois versos de seis sílabas, mas não seria um alexandrino. A lei orgânica do alexandrino pôde ser expressa em dois artigos: 

1° quando a ultima palavra do primeiro verso de seis sílabas é grave, a primeira palavra do segundo deve começar per uma vogal ou por um h; 

2° a última palavra do primeiro verso nunca pode ser esdrúxula. Claro está que, quando a última palavra do primeiro verso é aguda, a primeira do segundo, pode indiferentemente começar por qualquer letra, vogal ou consoante. Alguns poetas modernos, desprezando essa regra essencial têm abolido a tirania do hemistíquio. Mas o alexandrino clássico o verdadeiro, o legitimo, é o que obedece a esse preceitos. O verso alexandrino é o mais difícil de manejar, e erige uma longa e persistente pratica. 


OBSERVAÇÕES 1ª Os versos podem estar certos na medida, repetimos, mas podem não ter melodia. Convém evitar as palavras de difícil encaixe, que são as de pronunciação custosa. Evitem-se igualmente as cacofonias, intoleráveis na prosa e muito mais nos versos. Assim também os hiatos. 


Os poetas portugueses abusam das figuras de que já falamos, quando escrevem F’liz, por feliz; mol, por mole; ou esp’rança, por esperança. Todas as palavras cabem no verso sem mutilação, tenha o metrificador cuidado, pericia e paciência, sem o que não fará bons versos. As más rimas são imperdoáveis.  


Fonte:Tratado de Versificação,

de Olavo Bilac e Guimarães Passos
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SÓ: Olavo Bilac
Este, que um deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
— Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.

De motejo em motejo arrasta a alma ferida...
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.

Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!

E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!


Olavo Bilac, in "Poesias"


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